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Asahi Linux mostra como é difícil criar uma distribuição para Macs com M1

Parece ser questão de tempo para distribuições Linux — pelo menos algumas delas — se tornarem compatíveis com Macs baseados no chip M1 (Apple Silicon). Quanto tempo? Ainda não dá para saber. Em um texto cheio de detalhes, o responsável pelo Asahi Linux, projeto que tenta cumprir essa missão, explica o porquê de ser tão difícil fazer o Linux funcionar nos novos Macs.

Mac Mini com chip M1 (imagem: divulgação/Apple)

Mac Mini com chip M1 (imagem: divulgação/Apple)

Não se preocupe se você nunca ouviu falar do Asahi Linux. Essa iniciativa acaba de sair do forno. No final de 2020, um desenvolvedor de nome Hector Martin, também conhecido como Marcan, criou um Patreon para financiar um projeto capaz de levar o Linux para os novos Macs com chip Apple Silicon.

Mais de 1.200 pessoas decidiram contribuir com a iniciativa. Graças a esse apoio, Marcan idealizou o Asahi Linux como um projeto capaz de permitir que distribuições Linux rodem em Macs com M1. Agora, ele toca o trabalho de desenvolvimento.

Inicialização diferente

Bota trabalho nisso! Hector Martin começa seu post explicando que os Macs com M1 inicializam de um modo muito diferente dos PCs. Aqui, a Apple implementou um mecanismo parecido com o usado em celulares Android ou nos iPhones.

Porém, a companhia adaptou algumas etapas que fazem a inicialização desses Macs lembrar em alguns aspectos o processo de boot de Macs com chip Intel, detalhe que causa confusão sobre como esse mecanismo realmente funciona.

Para lidar com esse aspecto, Marcan se viu obrigado a desenvolver um bootloader específico para o projeto Asahi Linux. O m1n1, como foi batizado, trata das particulares da plataforma Apple Silicon, como dados de configuração que só existem aqui porque visam melhorar a execução de código x86 no Rosetta 2 (ferramenta que “traduz” instruções de x86 para ARM).

Plataforma fechada é um desafio

É possível perceber que a principal dificuldade do projeto reside no fato de o Apple Silicon ser completamente fechado. O M1, apesar de ser baseado em tecnologia ARM, tem comportamento diferente de outros chips do tipo em diversos parâmetros, mas a Apple não fornece publicamente documentação que permita a assimilação dessas nuances por desenvolvedores externos.

Como consequência, Marcan tem o trabalho adicional de identificar as características que são distintas o suficiente para dificultar a execução do Linux na plataforma Apple Silicon.

"Prévia" do Asahi Linux (imagem: Hector Martin/Asahi Linux)

“Prévia” do Asahi Linux (imagem: Hector Martin/Asahi Linux)

Como exemplo, o desenvolvedor explica que, em momentos de inatividade, determinadas partes do M1 podem ser desativadas para reduzir o consumo de energia pelo Mac. O problema é que esse procedimento pode apagar o conteúdo dos registradores no chip de um modo que causa travamento no Linux.

Marcan teve então que descobrir uma forma de fazer o Asahi Linux desabilitar especificamente esse recurso.

Os esforços já dão resultado. O Asahi Linux já conta como uma versão prévia, por assim dizer. Ela é bastante limitada e está longe de ser funcional, mas devemos nos lembrar que o projeto começou há pouco tempo. Os detalhes estão no texto de Hector Martin.

Com informações: The Register.

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