Um cientista da computação australiano que alega ser o próprio Satoshi Nakamoto, o criador do bitcoin (BTC), abriu um processo contra dezesseis empresas desenvolvedoras de software em uma tentativa de recuperar 111.000 unidades da criptomoeda, que hoje valem aproximadamente US$ 5,7 bilhões.
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Processo quer recuperar fortuna em bitcoin
O Tribunal Superior de Londres aceitou receber o caso protocolado pelo escritório de advocacia Ontier LLP, que representa Craig Wrigh. O australiano, que é uma das figuras mais conhecidas que alegam ser o criador do bitcoin, afirma que possui duas carteiras digitais que juntas armazenam 111.000 BTC. Porém, ele diz ter perdido as chaves privadas que concedem acesso à fortuna em criptomoedas.
Seu caso foi imediatamente rotulado como uma “farsa” pelas empresas listadas no processo. Wrigh exige que as desenvolvedoras de software permitam seu acesso as suas supostas carteiras digitais perdidas para que ele possa recuperar sua fortuna.
Segundo o australiano, ele perdeu as chaves criptografadas dos endereços em blockchain quando sua rede doméstica de computadores foi hackeada em fevereiro de 2020. A polícia ainda está investigando o caso. Wright protocolou seu processo judicial através de sua empresa Tulip Trading, sediada nas ilhas africanas Seychelles.
Craig Wrigh é conhecido como uma farsa
Wrigh alega ser Satoshi Nakamoto desde 2015 e já foi desmentido diversas vezes ao longo dos anos. Hoje, ele é visto como um dos principais aproveitadores que buscam a fortuna e o crédito relacionados à criação do bitcoin. O cientista da computação é autista e vive na Grã-Bretanha com sua esposa e dois de seus três filhos.
“Nosso cliente sempre afirmou que criou o bitcoin para operar dentro das leis existentes e que, em caso de perda ou roubo, onde a propriedade legítima pode ser comprovada, os desenvolvedores têm o dever de garantir a recuperação”, disse Paul Ferguson, um sócio do escritório de advocacia Ontier, à Reuters.
O processo é contra os desenvolvedores de quatro redes específicas: Bitcoin Satoshi Vision (BSV), Bitcoin Core (BTC), Bitcoin Cash (BCH) e Bitcoin Cash ABC (ABC). Por mais que o caso esteja no Tribunal Superior de Londres, esses blockchains operam na Europa, Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e Japão.
Segundo Peter Todd, um dos representantes dessas empresas no processo judicial, Wright não pode provar sua propriedade sobre a criptomoeda e o bitcoin não deveria estar sujeito a “apreensão arbitrária”. “Como mostra este caso, se permitirmos que as pessoas tenham moedas apreendidas e transferidas por ordem judicial, isso coloca seus ativos em risco de serem roubadas por abusos desse tipo de processo”, disse ele à Reuters
Wrigh também reivindica “white paper” do bitcoin
Algumas semanas atrás, Wrigh entrou com outro processo no Tribunal Superior de Londres reivindicando os direitos autorais sobre o “white paper” do bitcoin, documento que descreve a tecnologia por trás da primeira criptomoeda do mundo.
Ele entrou com uma ação contra o operador e editor do site bitcoin.org, que atende pelo pseudônimo “Cobra”, alegando novamente ser Satoshi Nakamoto e, portanto, o white paper da criptomoeda teria sido escrito por ele. Até hoje, os processos de Wrigh não terminaram bem para ele. Porém, o que o suposto criador do bitcoin realmente quer é ser reconhecido pela justiça como Satoshi Nakamoto.
Com informações: Reuters
Suposto inventor do bitcoin abre processo de US$ 5,7 bilhões
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