O polêmico algoritmo do Twitter que virou motivo de reclamação dos usuários por distinguir entre brancos e negros no tratamento de imagens é página virada. A rede social diz que vai abandonar o modelo e pretende deixar a edição de imagens em mãos de carne e osso – o dono da conta deve decidir como melhor recortar suas fotos.
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Algoritmo do Twitter é menos enviesado do que parece
A rede americana fez testes em sua ferramenta para analisar a preferência por rostos brancos e rostos masculinos a femininos. A conclusão é de que o algoritmo não apresenta favorecimento expressivo. Nas imagens examinadas pela pesquisa, houve destaque de 7% a mais de rostos de mulheres brancas a negras. Essa proporção foi de 2% para homens e, no geral, a ferramenta selecionou 4% mais pessoas brancas do que negras em fotos.
O Twitter também examinou a preferência por mostrar mais homens do que mulheres em fotos, além do que a engenheira de software Runman Chowdhury, que participou da pesquisa, chamou de “olhar masculino”: o foco da imagem em partes da mulher como tronco e pernas. O tratamento de fotos destaca homens 8% a mais do que mulheres, mas quando o faz, geralmente não foca em outras partes senão o rosto. Quando há exceções, o destaque são as roupas.
A polêmica na prévia de fotos do Twitter
Em setembro de 2020, contas no Twitter notaram que o algoritmo favorecia rostos brancos ao invés de negros na seleção de imagem. Em um post, o usuário Tony Arcieri coloca em sobreposição o rosto dos políticos Mitch McConnell, branco, e Barack Obama, negro. A posição então é invertida para observar como o algoritmo prioriza a imagem. Mesmo com Obama em uma posição de maior destaque, é o rosto de McConnell que aparece em ambos resultados. A cobrança por mudanças se estendeu até a plataforma ceder e prometer investigar a situação.
Trying a horrible experiment…
Which will the Twitter algorithm pick: Mitch McConnell or Barack Obama? pic.twitter.com/bR1GRyCkia
— Tony “Abolish ICE” Arcieri (@bascule) September 19, 2020
O Twitter implantou um “algoritmo de saliência” para recortar e ajustar fotos em 2018. Esse fator de saliência era definido pelos elementos mais atraentes ao olho humano em uma imagem. Segundo a rede social, a ferramenta permitia ao usuário ver mais tweets em sua linha do tempo — forma de padronizar as postagens de fotos para facilitar a experiência de navegação.
Esse algoritmo de saliência deixou de ser usado pelo Twitter desde maio de 2021 no aplicativo para iPhone e Android, e também deve ser aposentado na web — repare que, no exemplo acima, o recorte ainda ocorre. “O objetivo é dar às pessoas um controle maior sobre como suas imagens aparecerem enquanto melhoramos a experiência de outras pessoas vendo imagens na timeline delas”, disse Runman Chowdhury no resultado da pesquisa feita pelo Twitter.
Twitter abandona algoritmo de imagem com viés em priorizar rostos brancos
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