A previsão era a de que o open banking estaria totalmente implementado no Brasil até o fim de 2021, mas teremos que esperar um pouco mais para isso. Em reunião realizada na quinta-feira (24), o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BC) decidiram adiar o funcionamento completo do sistema para setembro de 2022.

Notas de real (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Notas de real (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Até então, o cronograma de implementação do open banking estava baseado nas seguintes datas:

  • 1º de fevereiro de 2021 (fase 1): instituições podem trocar informações sobre produtos e serviços bancários;
  • 15 de julho de 2021 (fase 2): instituições podem trocar informações cadastrais e financeiras de clientes mediante autorização destes;
  • 30 de agosto de 2021 (fase 3): propostas de crédito e serviços de pagamento podem ser oferecidos fora do ecossistema bancário tradicional;
  • 15 de dezembro de 2021 (fase 4): operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência privada podem ser incluídas no open banking.

Como esse cronograma deixa claro, apenas a primeira fase está em vigor. A segunda fase, prevista para começar em 15 de julho, teve esse prazo mantido.

O adiamento vale para as fases 3 e 4. Para a fase 3, o BC decidiu que somente serviços de transferência por Pix serão incluídos no open banking em 30 de agosto. As demais modalidades de pagamentos ou transferências — como boletos, débito em conta, TED e DOC — serão integradas de modo gradativo até 30 de setembro de 2022.

E a fase 4? Ela continua com início previsto para 15 de dezembro de 2021, mas também vai ter implementação escalonada. Nessa data, as instituições financeiras poderão apenas trocar informações sobre câmbio, investimentos, previdência e seguros, mas não dados de clientes desses produtos.

Por que o open banking é importante?

O open banking consiste em um sistema que descentraliza as informações financeiras detidas por grandes operadoras, como os bancos tradicionais, para permitir que o cliente escolha que solução usar em cada circunstância e tenha mais controle sobre seus próprios dados bancários.

Suponha, como exemplo, que você quer transferir dinheiro da sua conta corrente para uma corretora de ações. Com o open banking, você poderá fazer essa movimentação a partir da conta na corretora, sem ter que entrar no aplicativo do banco para isso.

O open banking não se limita a transferências. Praticamente todos os serviços financeiros poderão ser incluídos no sistema.

O novo cronograma do open banking

Como as mudanças, o cronograma passa a ser este:

  • 15 de julho de 2021: início da segunda fase;
  • 30 de agosto de 2021: início da terceira fase, mas só para Pix;
  • 15 de dezembro de 2021: início da quarta fase, mas somente para troca de informações sobre produtos financeiros;
  • 15 de fevereiro de 2022: inclusão de transferências entre contas do mesmo banco e TED;
  • 30 de março de 2022: início do envio de propostas de crédito a clientes que aderirem ao open banking;
  • 31 de maio de 2022: compartilhamento de dados de clientes sobre operações de câmbio, investimentos, previdência e seguros;
  • 30 de junho de 2022: inclusão no open banking de serviços de pagamento por boleto;
  • 30 de setembro de 2022: inclusão de serviços de débito em conta.

De acordo com Diogo Silva, do Departamento de Regulação do BC, o novo cronograma foi estabelecimento por conta da necessidade de mais testes: “temos várias entregas [de etapas do open banking] simultâneas e as instituições precisam testar as implementações e buscar certificações”.

Com informações: Agência Brasil.

Banco Central adia implementação completa do open banking para 2022