Muita gente gostaria de instalar aplicativos no iPhone sem ter que passar pela App Store para isso, mas, no que depender de Tim Cook, isso nunca irá acontecer: em entrevista para a conferência de tecnologia VivaTech, o CEO da Apple declarou que, sem a loja, a privacidade e a segurança do usuário seriam prejudicadas.
- Google e Apple são investigados por “duopólio” em celulares no Reino Unido
- iOS 15 tem funções exclusivas para iPhones mais novos
O assunto veio à tona na conversa por conta de dois projetos de lei da União Europeia: Digital Services Act (DSA) e Digital Markets Act (DMA). Em resumo, ambas consistem em uma proposta de regulamentação do setor de tecnologia, principalmente no que diz respeito à atuação das grandes companhias do setor.
No caso da Apple, a lei DMA forçaria a companhia a permitir o side-loading no iPhone, isto é, possibilitaria ao usuário instalar um software manualmente, sem depender de uma loja de apps para isso — pelas vias oficiais, o usuário só pode instalar aplicativos em seu aparelho via App Store.
A imposição da App Store é tida como abusiva por muitos desenvolvedores de aplicativos. Para eles, a Apple utiliza a loja para monopolizar o segmento, razão pela qual o assunto já rendeu numerosos processos judiciais.
O exemplo mais emblemático de processo judicial é o da disputa entre Apple e Epic Games. As duas companhias se enfrentaram nos tribunais em maio, mas o veredito do processo poderá levar meses para sair.
Na visão de Tim Cook, as leis DSA e DMA têm elementos positivos para o mercado, mas afrouxar as restrições para instalação de aplicativos não é uma delas. No iPhone, essa abertura prejudicaria o usuário nos aspectos da privacidade e segurança, de acordo com o executivo:
Olhe para a questão dos malwares como exemplo. O Android tem 47 vezes mais malwares do que o iOS. Por que isso acontece? Porque nós projetamos o iOS para que exista uma App Store e todos os aplicativos sejam revisados antes de serem disponibilizados na loja. Isso contribui para manter malwares fora do nosso ecossistema.
Tim Cook, CEO da Apple
Propostas de lei DSA e DMA
As propostas DSA e DMA foram apresentadas oficialmente em dezembro de 2020. Como já informado, trata-se de uma tentativa da União Europeia de regulamentar a atuação de grandes companhias de tecnologia na região.
Basicamente, o projeto DSA condiciona as empresas do setor a terem mais responsabilidade por comportamentos ilegais em suas plataformas. Se aprovada, essa lei forçará redes sociais a atuarem mais energicamente contra notícias falsas, por exemplo.
Por sua vez, o projeto DMA visa estabelecer parâmetros para coibir a concentração de mercado ou práticas que dificultam a concorrência nos segmentos de tecnologia. Essa lei pode inclusive dificultar a aquisição de empresas quando o objetivo primário do negócio for o de eliminar concorrentes.
Essas propostas ainda estão sob avaliação. Para serem transformadas em lei, de fato, elas precisarão passar por votação dos estados-membros da União Europeia, bem como pelo Parlamento Europeu.
Com informações: CNBC.
CEO da Apple critica proposta de liberar apps fora da App Store no iPhone
0 Commentaires