É oficial: o brasileiro Cristiano Amon foi apresentado no último dia 30 como o novo CEO da Qualcomm. O executivo tem não só a missão de manter a companhia como referência no segmento de chips para celulares, mas também a de levá-la ao mercado de notebooks: Amon acredita que a Qualcomm pode desenvolver um chip capaz de fazer frente ao Apple M1.
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Na verdade, notebooks não são um território inexplorado pela Qualcomm. A companhia desenvolveu, por exemplo, os chips Snapdragon 8cx Gen 2 e Snapdragon 7c Gen 2 com foco justamente nesse mercado. O problema é que essas soluções nunca registraram vendas expressivas.
A situação pode mudar em um futuro relativamente próximo por conta de um detalhe: em janeiro, a Qualcomm comprou a Nuvia, startup especializada em tecnologias para processadores. A empresa foi fundada por ex-engenheiros da Apple, com destaque para Gerard Williams III, que atuou como projetista de chips.
Amon liderou a aquisição da Nuvia, negócio que fez a Qualcomm desembolsar US$ 1,4 bilhão. A transação foi concluída porque, no entendimento do executivo, a companhia precisa desenvolver seu próprio silício se quiser competir com a Apple.
Em outras palavras, Amon entende que a Qualcomm precisa ser menos dependente da tecnologia da ARM.
O Apple M1 se destaca por aliar eficiência energética com alto desempenho, mas o novo CEO da Qualcomm dá a entender que, graças à incorporação da Nuvia, a companhia pode vir a ter o melhor chip do mercado. A expectativa é a de que as primeiras unidades que correspondam a essa previsão sejam lançadas em 2022.
Não que a estratégia de seguir por um caminho diferente seja definitiva. Amon deixou claro que, se a ARM desenvolver um projeto de CPU melhor do que aquele que a Qualcomm está criando, não haverá problema em adotá-lo.
Ainda de acordo com Amon, não está nos planos da Qualcomm explorar outro segmento em expansão: o de chips para datacenters. O executivo disse, no entanto, que a companhia está disposta a licenciar os projetos desenvolvidos pela Nuvia para empresas de computação nas nuvens que quiserem construir chips próprios.
Amon tem longa carreira na Qualcomm
Cristiano Amon é formado em engenharia elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele foi diretor técnico da operadora móvel Vésper (adquirida pela Embratel) e trabalhou na NEC e Ericsson antes de ingressar na Qualcomm como engenheiro, em 1995.
O executivo brasileiro seguiu conquistando funções na companhia até assumir, no começo de 2018, o cargo de presidente executivo.
No começo de 2021, o conselho de administração da Qualcomm escolheu, por unanimidade, Amon como CEO da companhia. Ele substitui Steve Mollenkopf, que se aposentou após mais de 25 anos dedicados à empresa.
Com informações: Reuters.
Brasileiro vira CEO da Qualcomm e promete desbancar Apple M1
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