O Fórum Global de Internet para Combate ao Terrorismo (GIFCT), que inclui empresas como Facebook, YouTube, Twitter e Microsoft, aumentou sua base de dados de grupos extremistas monitorados na web para incluir milícias de extrema direita e organizações que espalham discursos de ódio e racismo. Até agora, o fórum era focado em combater postagens de grupos terroristas islâmicos, como o Taleban e Al-Qaeda.
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Facebook e YouTube vão monitorar grupos neonazistas
Além de Facebook, Twitter e YouTube, o GIFCT conta com outras 10 empresas, como o Instagram, LinkedIn, Reddit, Snap (dono do Snapchat) e Dropbox. Recentemente o Airbnb e o serviço de e-mail marketing MailChimp passaram a fazer parte do fórum.
Após o aumento de presença nas redes de milícias de extrema direita e o atentado ao Capitólio americano, o GIFCT vai incluir manifestos compartilhados por supremacistas brancos em sua base, além de links e documentos catalogados pela iniciativa Tech Against Terrorism, da ONU.
Alguns dos grupos que passam a se tornar alvos de Facebook, YouTube e outros são mais conhecidos – tal como o Proud Boys, uma milícia armada que apoiava o ex-presidente Trump. O GIFCT também vai adicionar PDFs e URLs — formato dos manifestos extremistas — do grupo Three Percenters e de neonazistas.
Cada conteúdo banido dos sites de membros do fórum terá códigos únicos, chamados de “hashes”. Se um PDF é banido no Twitter, por exemplo, o YouTube pode captar o código único e identificar se o mesmo documento circula dentro de sua própria plataforma.
O presidente executivo do GIFCT, Nicholas Rasmussen, disse à Reuters que agora é necessário prestar atenção em outras organizações, e citou ameaças de extrema direita e de grupos que disseminam ideias racistas.
Fórum foi criado para banir conteúdo viral entre terroristas
O GIFCT foi criado com foco em combater grupos como o Estado Islâmico nas redes. O fórum antiterrorista surgiu após ataques em Bruxelas e Paris, em 2017; sua base de dados compila principalmente conteúdo viral entre esses extremistas, como o vídeo do ataque em Christchurch, na Nova Zelândia, em 2019.
Mas a expansão do banco de informações para comportar terroristas de extrema direita pode aumentar o poder de monitoramento do fórum.
Redes sociais vêm sendo criticadas pela falta de atitudes firmes contra muitos grupos extremistas, mas a moeda tem dois lados: pessoas alinhadas à direita acusam as plataformas de censurarem conteúdo. O caso emblemático é o da invasão do Capitólio e o banimento de Trump por incitar o ataque.
Emma Llanso, diretora do Free Expression at the Center for Democracy & Technology, exige que o fórum se torne mais transparente em seus processos de mediação de conteúdo:
“Essa expansão da base de dados de hash do GIFCT apenas aumenta o dever do fórum de melhorar a transparência e responsabilidade do métodos de bloquear conteúdo.
Com informações: Reuters
Facebook, YouTube e outros se unem contra milícias de extrema direita
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