O Google recebeu uma multa de 4,3 bilhões de euros por violar as regras europeias de concorrência em 2018. Depois, a companhia recorreu à corte da União Europeia para reverter a pena no caso antitruste envolvendo o Android. E para se defender da condenação e justificar a popularidade de seu buscador, a companhia argumentou que a palavra mais buscada do Bing é nada mais nada menos que… “Google”.
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É o que conta a Bloomberg nesta terça-feira (28). A declaração foi feita pelo advogado da empresa, Alfonso Lamadrid, à corte para argumentar que as pessoas utilizam o buscador por escolha própria, e não porque são obrigadas. “Enviamos evidências que mostram que a consulta de pesquisa mais comum no Bing é de longe o Google”, disse.
Se o termo é o mais pesquisado do Bing ou não, o fato é que o Google possui uma popularidade notável: segundo o site de métricas Statcounter, o buscador alcançou a liderança do mercado global com 92% de participação em agosto de 2021. O Bing e o Yahoo vêm na segunda e terceira colocações, respectivamente, com 2,4% e 1,5%.
A situação é similar na Europa. A ferramenta de busca também é a mais popular do continente, com 93,2% de market share, e é acompanhada pelo Bing (2,9%) e Yandex (1,5%). No Brasil, o Google aparece na liderança com 96,8% de participação, enquanto o Bing (1,9%) permanece na segunda colocação. O Yahoo (1%) está em terceiro lugar.
União Europeia multou Google em caso antitruste
A fala é parte de um processo para contestar uma multa de 4,3 bilhões de euros aplicada à empresa há três anos. Em julho de 2018, a Comissão Europeia condenou o Google por violar leis antitruste. A decisão foi tomada a partir do entendimento de que a companhia se aproveitava da liderança do Android para forçar as fabricantes a incluírem a sua busca e o Chrome em troca de uma licença da Play Store.
“O Google usou o Android como veículo para consolidar o domínio de seu mecanismo de busca”, argumentou Margrethe Vestager, comissária europeia para concorrência, na época. “As práticas negaram aos rivais a chance de inovar e competir nos méritos. Elas negaram aos consumidores europeus os benefícios da concorrência efetiva na importante esfera de dispositivos móveis”.
O CEO do Google, Sundar Pichai, também reagiu à medida. “A decisão da Comissão sobre o Android ignora a nova gama de opções e evidências claras sobre como as pessoas usam seus telefones hoje”, disse. Ainda segundo o executivo, a decisão “rejeita o modelo de negócios do Android, que criou mais opções para todos, não menos”.
Com informações: BBC, Bloomberg e Statcounter
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