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Google é investigado pelo Cade por exibir trechos de notícias na busca

Os acordos entre o Google e empresas jornalísticas no exterior estão reverberando também no Brasil. Após as negociações da gigante da tecnologia com editoras de notícias na Austrália, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para incluir mais informações em um processo administrativo aberto contra o Google em 2019.

Google (Imagem: Solen Feyissa / Unsplash)

Google (Imagem: Solen Feyissa / Unsplash)

O inquérito aberto há pouco mais de um ano e meio ainda não virou uma investigação formal. Segundo a ANJ, o Google poderia estar abusando de sua posição de poder ao exibir trechos de notícias nos cards do Google News. A associação acredita que esses snippets acabam desestimulando o clique dos leitores, fazendo com que os usuários permaneçam mais tempo dentro do próprio Google às custas de conteúdo de terceiros. Portanto, segundo a entidade, o Google deveria remunerar os publishers.

Ao Estadão, o presidente da ANJ, Marcelo Rech, afirmou que “a Austrália abriu um novo horizonte no entendimento de que as plataformas digitais geram desinformação, fake news, discurso de ódio e incitação à violência”, ainda segundo Rech, “quem tem a capacidade de fazer a limpeza das plataformas é o jornalismo profissional”.

Google Notícias (Imagem: Reprodução/Google)

Google Notícias (Imagem: Reprodução/Google)

Os avanços para as negociações na Austrália se deram após a aprovação de uma legislação específica que muda a visão sobre o uso de conteúdo noticioso por empresas de tecnologia – além do Google, o Facebook também foi impactado. Inicialmente a empresa de Mark Zuckerberg chegou a bloquear notícias em sua plataforma para não pagar aos publicadores. Entretanto, a rede social voltou atrás após conversas com as autoridades do país.

Legislação semelhante pode surgir no Brasil

Ainda de acordo com a reportagem do Estadão, a ANJ estaria estudando uma legislação semelhante à da Austrália, visando a exigência de remuneração a empresas de notícias e contemplando outras Big Techs, além do Google. Por aqui, este processo deverá passar pelo Congresso.

Movimentação parecida aconteceu na França, onde o Google já fechou acordos com veículos locais para remunerar conteúdo noticioso. Na União Europeia e no Reino Unido, a publicação e o compartilhamento de notícias também podem começar a ter um custo para as gigantes da tecnologia.

Com informações: Estadão

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