A Apple deve concluir a transição dos processadores Intel para os próprios chips Apple Silicon até 2022. Isso quer dizer que os componentes do time azul deixarão de equipar os Macs até lá. Pensando no futuro e ainda que o suporte seja garantido pelos próximos anos, é complicado recomendar um MacBook com Intel, mesmo usado. A decisão tem seus poréns, entenda o que entra nessa balança.
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A transição dos processadores Intel para Apple Silicon
A Apple planeja ter toda a linha de Macs equipada com SoC (system-on-a-chip) próprios até meados de 2022. A transição começou no final de 2020, com os novos MacBook Pro e Air e o Mac mini. Em abril de 2021, o iMac colorido também deu as caras com um chip M1.
A história da Apple com a Intel começou em 2005, e durou seus 15 anos na empresa. A mudança chega para atender às expectativas da Apple em relação a desempenho e eficiência energética e integrar ainda mais o software e hardware, assim como já ocorre no iPhone e iPad.
Desconsiderando desempenho
Se o objetivo da compra é desempenho, testes já comprovam a performance superior de Macs com M1 em relação àqueles equipados com Intel.
Contudo, quem procura um MacBook usado, provavelmente pensa em custo-benefício para usar o macOS e os aplicativos disponíveis nesse ecossistema, seja de terceiros ou da Apple.
MacBook com Intel ainda vale a pena?
Depende. É preciso entender quais os prós e contras, considerando toda a expectativa ao comprar um produto usado. Alguns tópicos podem ajudar a clarear essa decisão.
1. Suporte de Macs com Intel
Macs com Intel ainda são atualizados para as novas versões do macOS. Na 12ª versão, o Monterey, apenas modelos de MacBook Pro e Air de 2015 em diante receberão a atualização. No Big Sur, a versão anterior, os aparelhos de 2013 ainda eram compatíveis.
A Apple diz o seguinte:
Apple vai continuar a dar suporte e lançar novas versões do macOS para computadores Mac com chip Intel nos próximos anos e tem mais novidades ainda em desenvolvimento com a Intel
Esse comunicado, de 2020, não especifica uma data limite para o fim do suporte dos Macs com Intel. Contudo, esses modelos com Intel já deixaram de receber algumas novidades interessantes do macOS Monterey, a atualização de 2021 do sistema operacional.
A verdade é que todo produto tem uma data de validade, mesmo os novos M1. Mas, com a Apple no controle, é esperado uma longevidade maior para os Macs com Apple Silicon, assim como um o iPhone 6s ainda receberá o iOS 15, seis anos depois do lançamento.
Ainda em 2021, com o macOS Monterey, o Mac Pro de 2013 e o Mac mini de 2014 terá acesso ao update. Nada é garantido para 2022, quando velhas máquinas podem não passar na prova de corte, mesmo assim é um bom tempo de vida.
A conclusão desse tópico é: Macs novos ainda podem ser aproveitados por mais tempo. Isso é óbvio. Se o usuário não se importar em deixar de receber novidades do macOS a cada ano (e dependendo do ano de lançamento do modelo) a compra pode ainda valer a pena — o que nos leva para o próximo tópico.
2. Preço
Assim como todo produto Apple, a desvalorização de Macs ocorre lentamente. Os últimos modelos de MacBook Pro e Air com Intel, anunciados no início de 2020 podem ser encontrados* por preços similares ou até superiores àqueles com M1 do final de 2020.
Em casos como esse, quando o intervalo de lançamento é menor, talvez seja mais inteligente investir em algum modelo com M1. Do contrário, se a ideia é pegar algo dos arredores de 2015, é bom considerar uma oferta muito boa para fechar a compra, pensando que as atualizações de 2022 ou 2023 podem não chegar para estes modelos.
* Considerar pesquisa feita em 14 de junho de 2021.
3. Compatibilidade de aplicativos
Quem sofre no início dessa transição são os consumidores profissionais, quem precisa de softwares específicos que ainda não foram compilados para o Apple Silicon.
O Paulo Higa fez o review do MacBook Pro com M1 aqui no Tecnoblog e citou que, na época, o Google Drive File Stream (usado para sincronizar discos do Google Drive com o macOS) era o único programa da sua rotina que ainda não funcionava.
Mas é tudo questão de tempo, alguns programas funcionam muito bem com a tradução feita pelo Rosetta 2, mesmo que ainda não compilados especialmente para um Apple Silicon. Já que os chips da Apple são o futuro dos computadores da empresa, os desenvolvedores também prepararão seus aplicativos para essa arquitetura.
No momento que escrevo esse artigo, já uso há pouco mais de um mês um MacBook Air com M1 e não tive nenhum problema de incompatibilidade, todos meus apps funcionaram bem — todos básicos, vale ressaltar.
A dica é pesquisar se softwares específicos que usa funcionam bem em Macs com M1 antes de comprar. Se a resposta for não e a troca não puder esperar, um Mac com Intel é a única saída — se fizer questão de continuar nesse ecossistema da maçã.
O que perco ao escolher um Mac com Intel?
Digamos que encontrou uma oferta excelente para comprar um MacBook com Intel usado que não está no limite de idade, funciona bem e servirá aos propósitos da aquisição, o que realmente fica de fora do pacote?
No primeiro momento eu diria o desempenho, mas nem todo consumidor tira proveito de todo o potencial do Mac, então alguns com Intel ainda servem bem no quesito performance.
O destaque dessa equação é quanto aos novos recursos e atualizações de software. Mesmo os modelos de 2020 com Intel ficaram sem novidades do macOS Monterey e algumas do macOS Big Sur, como por exemplo os aplicativos de iOS disponíveis no macOS. Trata-se de um ano ou poucos meses de diferença, mas com um componente interno que muda o jogo. Essa discrepância tende a ser mais intensa com o tempo.
O mesmo argumento do desempenho é válido para os updates futuros: classificar a compra como válida ou não vai depender do uso final. Um usuário que pretende apenas assistir aulas online ou fazer trabalhos escolares, por exemplo, às vezes nem pensa em atualizar o sistema — por mais que a notificação fique importunando na tela.
Com informações: Apple.
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