Brasileiros estão usando menos as redes sociais como uma ferramenta para se informar. A pesquisa do Reuters Digital News Report, feita pelo instituto da Reuters em parceria com a universidade Oxford, revela que 47% compartilham notícias por apps de mensagens como WhatsApp e Facebook Messenger, e redes sociais como Instagram, Youtube e Facebook. Mas todas as plataformas registraram queda no uso exclusivo para ver notícias.
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Cai percentual dos que buscam notícias no Facebook
A pesquisa cobriu 46 países: 24 na Europa, 9 na América — com 6 participantes latino-americanos —, 12 na Ásia e 3 na África. O estudo foi elaborado a partir das respostas de um questionário online, devido à pandemia de COVID-19, que procurou saber sobre modelos de negócio no setor de mídia, fontes de informação via redes sociais e desempenho de veículos de notícia, como emissoras de TV pública ou privada, sites e jornais impressos.
O uso das redes sociais para acessar notícias no mundo inteiro continua predominante, especialmente para usuários mais jovens. O relatório destaca WhatsApp e Telegram, seu principal concorrente, como populares no hemisfério sul, especialmente em países como Brasil e Indonésia.
Mas o número de brasileiros que acessa plataformas como os mensageiros e o Facebook, YouTube, Facebook Messenger e Twitter para se informar registrou queda. Cerca de 47% usam o Facebook para descobrir notícias, ante 54% em 2019 — queda de 7%. O uso de WhatsApp para descobrir notícias caiu 5%, de 48% para 43% na comparação anual. Apenas o Instagram manteve-se estável: 30% continuam usando o app de fotos para ler matérias e reportagens.
Parcela de brasileiros que usa redes sociais para se informar:
Rede social | 2020 | 2019 |
47% | 53% | |
43% | 48% | |
YouTube | 39% | 45% |
30% | 30% | |
Facebook Messenger | 11% | 13% |
12% | 17% |
Geração Z prefere redes sociais para ver notícias, diz estudo
A pesquisa diz que jovens entre as idades de 18 a 24 anos, a chamada de Geração Z, têm maior preferência por acessar notícias via redes sociais, sem o acessar os sites dos veículos por celular ou tablet. O mobile se estabeleceu como o dominante para navegar por notícias — 73% usam dispositivos para essa finalidade, o que foi acentuado pela COVID-19. O Brasil está acima da média global: o uso de celulares para se informar por aqui é de 77%.
“A pesquisa deste ano mostra que a pandemia do coronavírus exacerbou muitas tendências de longo-prazo que documentamos desde a década passada, especialmente a migração para o digital, mobile e plataformas que devem dominar o ambiente de notícias”, escreve Rasmus Nielsen, diretor do Instituto para Estudo do Jornalismo da Reuters (RISJ).
Brasil tem maior índice de preocupação com fake news
O índice de confiança em veículos de notícia no Brasil é de 54% — o maior na região da América Latina. É um patamar que se mantém elevado quando comparado a outros mercados continentais: é a 8º maior confiança na mídia do mundo, empatada com a Bélgica e logo atrás de países como Finlândia, Dinamarca e Noruega. Estadunidenses são os que têm menor segurança em relação à própria imprensa, com 29%.
Mas o Brasil é líder no percentual de preocupação com fake news: 82% dos brasileiros se preocupam com conteúdo falso ou enganoso, segundo a pesquisa. Isso se deve à popularidade do WhatsApp e do Telegram, por onde é maior a exposição a esse tipo de conteúdo é maior. A pandemia de COVID-19 salientou a importância de informação confiável, o que faz esse número subir em 2020, segundo a pesquisa da Reuters.
Celebridades e influenciadores têm papel crucial para espalhar fake news, segundo o estudo. No cenário pandêmico, eles foram responsáveis por maior repercussão de desinformação sobre vacinas, ou até a falsa relação da rede 5G para disseminar o coronavírus. No Brasil, Twitter, Facebook e Instagram já ocultaram ou baniram postagens do presidente Jair Bolsonaro por desinformar sobre a COVID-19.
Brasileiros estão usando menos Facebook e WhatsApp para ver notícias, diz pesquisa
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