O Pix permite que transferências sejam feitas a qualquer momento e sem taxas. Não causa surpresa que essa conveniência seja explorada por quem tenta obter dinheiro fácil. Prova disso é que, nas redes sociais, “grupos de Pix” via WhatsApp estão ganhando força. É preciso ter cuidado: esses grupos podem corresponder a pirâmides ou esquemas parecidos.
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Aparentemente, a ideia começou a ser divulgada no TikTok, mas logo chegou às demais redes sociais. Buscas rápidas por “grupo de Pix” no Twitter e no Instagram, por exemplo, retornam numerosas postagens tratando do assunto.
Embora possa haver uma variação entre um grupo e outro, todos seguem o mesmo princípio: uma pessoa cria um grupo no WhatsApp e convida participantes; porém, cada membro só é adicionado após fazer um Pix para o administrador do grupo.
A maioria dos grupos requer do participante uma transferência via Pix no valor de R$ 1. Também há grupos que fixam o Pix em R$ 2 e, com menos frequência, em valores superiores.
Depois de fazer o Pix, o participante entra no grupo como administrador e, a partir daí, pode recrutar outras pessoas. Estas devem fazer um Pix ao participante que enviou o convite, também entram como administradores após a transferência, devem recrutar mais gente na sequência para “lucrar” e assim o ciclo se repete.
Perceba que esse esquema segue a lógica das pirâmides, quando uma pessoa paga determinado valor para entrar e deve indicar uma quantidade de membros para obter o retorno esperado. Em certo momento, o número de participantes é tão grande que o esquema quebra, deixando boa parte deles com prejuízo.
No WhatsApp, participantes que atingem a meta de convidados costumam sair do grupo e partem para outros. Mesmo assim, não é difícil o esquema ruir rapidamente: o serviço só permite 256 membros em cada grupo. Via de regra, o grupo é encerrado quando esse limite é atingido.
Pirâmide é crime
Como os grupos de Pix fixam valores baixos, muita gente topa participar por acreditar que o prejuízo vai ser pequeno se o retorno esperado não for obtido. Um dos problemas desse pensamento é que, em esquemas de pirâmides, o número de pessoas que saem perdendo é maior do que o de indivíduos que ganham alguma coisa.
O detalhe mais importante: no Brasil, esquemas de pirâmides são considerados crimes contra a economia popular (lei º 1.521/51). O transgressor pode receber pena de multa e detenção.
Não é por acaso que o Banco Central se manifestou a respeito. Ao Poder360, a instituição alertou:
Desconfie sempre que uma oferta parecer boa demais para ser verdade, como ganhar muito dinheiro chamando pessoas para transferirem dinheiro sem motivo algum e ganhar uma parte desses valores. Nesse caso, não entre nessa e denuncie o esquema para a autoridade policial, que tem a competência legal para coibir esse tipo de crime.
Banco Central
É preciso mesmo ficar atento. Esquemas do tipo podem inclusive ter variações. Há, por exemplo, grupos no WhatsApp que exigem que os participantes paguem R$ 1 via Pix e prometem sortear o total arrecadado no final do dia. Obviamente, não há nenhuma garantia de que isso será feito.
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